quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Biografia de Jorge Amado- Marlon Gonçalves

Jorge Amado
(Escritor brasileiro)
10-8-1912, Itabuna (BA)
6-8-2001, Salvador (BA)

Depois de surpreender a crítica e o público com o romance O País do Carnaval, escrito quando tinha apenas 19 anos, Jorge Amado tornou-se um dos principais representantes do romance nordestino e o autor brasileiro com o maior número de livros vendidos no país e no exterior. Suas obras foram publicadas em 52 países e traduzidas para 48 idiomas e dialetos.
Nascido na Fazenda Auricídia, em Ferradas – atual Itabuna (BA) –, mudou-se com a família para a região cacauzeira de Ilhéus com apenas um ano de idade. Com apenas 15 anos, já em Salvador, começou a trabalhar como repórter policial do Diário da Bahia. Formou-se no Rio de Janeiro em Direito – profissão que jamais exerceu –, ao mesmo tempo que participava ativamente da luta política. Detido de 1936 a 1937 durante o Estado Novo (1937-1945), foi eleito deputado federal constituinte em 1945 pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), mas perdeu o mandato em 1947, depois que o partido foi colocado na ilegalidade. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941-1942), em Paris (1948-1950) e em Praga (1951-1952). No exterior escreveu Os subterrâneos da liberdade, romance em três volumes, no qual dissecava o Estado Novo e denunciava a perseguição política, a tortura e as prisões. Em 1952 seus livros foram proibidos nos Estados Unidos. E, em 1956, discordando dos rumos do comunismo na União Soviética, desfiliou-se do Partido Comunista.
Seus romances percorrem duas fases, delimitadas por Gabriela, Cravo e Canela, publicado em 1958. A primeira é influenciada pelo lirismo e forte atuação política, concentrando-se no sofrimento de trabalhadores nas plantações de cacau em Ilhéus e em pescadores, camponeses e marginais. Nessa fase escreveu Cacau (1933), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar Morto (1936), Capitães de Areia (1937), Terras do Sem Fim (1943), São Jorge dos Ilhéus (1944), Seara Vermelha (1946) e Os Subterrâneos da Liberdade (1954). Abdicando da crítica social violenta e optando por um estilo mais jovial e irônico, os romances da segunda fase aproximam-se das alegrias das classes médias de Bahia, revelando personagens malandros e bufões. É aqui que Jorge Amado produz uma sucessão de livros aclamados mundialmente e transformados em novelas para a televisão e em filmes, como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966), Tenda dos Milagres (1969), Tieta do Agreste (1977) e Tocaia Grande (1984).
Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1961, recebeu, em março de 1998, o título de doutor honoris causa na Sorbonne, em Paris. Nos últimos anos, por causa dos problemas cardíacos, o escritor recolheu-se à sua casa em Salvador, no tradicional bairro do Rio Vermelho. Desde 1996 usava um marcapasso.



obras de Jorge Amado


# O cavaleiro da esperança, biografia (1942)
# Terras do Sem-Fim, romance (1943)
# São Jorge dos Ilhéus, romance (1944)
# Bahia de Todos os Santos, guia (1945),(Tradução francesa:"Bahia de tous les saints"),Gallimard,Paris,1979
# Seara vermelha, romance (1946)
# O amor do soldado, teatro (1947)
# O mundo da paz, viagens (1951)
# Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
# Gabriela, cravo e canela, romance (1958)

história de Jorge Amado- Aluno; Diogo Maestrini

Jorge Leal Amado de Faria foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.

Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.

Amado foi superado, em número de vendas, apenas por Paulo Coelho mas, em seu estilo - o romance ficcional -, não há paralelo no Brasil. Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões, o Nobel da língua portuguesa.
Existem dúvidas sobre o exato local de nascimento de Jorge Amado. Alguns biógrafos indicam que o seu nascimento se deu na Fazenda Auricídia, à época município de Ilhéus. Mais tarde as terras da fazenda Auricídia ficaram no atual município de Itajuípe, com a emancipação do distrito ilheense de Pirangy. Entretanto, é certo que Jorge Amado foi registrado no povoado de Ferradas, pertencente a Itabuna.

No ano seguinte ao de seu nascimento, uma praga de varíola obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances. Foi para o Rio de Janeiro, então capital da república, para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro . Durante a década de 1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado.


Foi jornalista, e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista, como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim para a divulgação deste aspecto do mesmo. Suas obras são umas das mais significativas da moderna ficção brasileira, com 49 livros, propondo uma literatura voltada para as raízes nacionais. Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro , o que lhe rendeu fortes pressões políticas. Era casado com Zélia Gattai, também escritora, que o sucedeu na Academia Brasileira de Letras. Com ela teve três filhos: João Jorge, sociólogo, Paloma, e Eulália. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos seus livros. Na década de 1990, porém, viveu forte tensão e expectativa de um grande baque nas economias pessoais, com a falência do Banco Econômico, onde tinha suas economias. Não chegou porém a perder suas economias, já que o banco acabou socorrido pelo Proer, controvertido programa governamental de auxílio a instituições financeiras em dificuldades. O drama pessoal de Jorge Amado chegou a ser utilizado pelo lobby que defendia a intervenção no banco, para garantir os ativos dos seus correntistas.



Premiações

Recebeu no estrangeiro os seguintes prêmios: Prêmio Lênin da Paz (Moscou, 1951); Prêmio de Latinidade (Paris, 1971); Prêmio do Instituto Ítalo-Latino-Americano (Roma, 1976); Prêmio Risit d'Aur (Udine, Itália, 1984); Prêmio Moinho, Itália (1984); Prêmio Dimitrof de Literatura, Sofia — Bulgária (1986; Prêmio Pablo Neruda, Associação de Escritores Soviéticos, Moscou (1989); Prêmio Mundial Cino Del Duca da Fundação Simone e Cino Del Duca (1990); e Prêmio Camões (1995).

No Brasil: Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959); Prêmio Graça Aranha (1959); Prêmio Paula Brito (1959); Prêmio Jabuti (1959 e 1995); Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil (1959); Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1959); Troféu Intelectual do Ano (1970); Prêmio Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro (1982); Prêmio Nestlé de Literatura, São Paulo (1982); Prêmio Brasília de Literatura — Conjunto de obras (1982); Prêmio Moinho Santista de Literatura (1984); Prêmio BNB de Literatura (1985)..



Obras do autor

* O País do Carnaval, romance (1930)
* Cacau, romance (1933)
* Suor, romance (1934)
* Jubiabá, romance (1935)
* Mar morto, romance (1936)
* Capitães da areia, romance (1937)
* A estrada do mar, poesia (1938)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

História sobre Jorge Amado - Aluno: Carlos Antonio

Jorge Amado, jornalista, romancista e memorialista, nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, Itabuna, BA. Eleito em 6 de abril de 1961 para a Cadeira n. 23, na sucessão de Otávio Mangabeira, foi recebido em 17 de julho de 1961 pelo acadêmico R. Magalhães Júnior.

Filho do Cel. João Amado de Faria e de D. Eulália Leal Amado. Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância e aprendeu as primeiras letras. Cursou o secundário no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador — cidade que costuma chamar Bahia — onde viveu, livre e misturado com o povo, os anos da adolescência, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fundamentalmente sua obra de romancista. Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito, pela qual é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (1935), não tendo, no entanto, jamais exercido a advocacia.


PRÊMIOS

No Brasil: Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959); Prêmio Graça Aranha (1959); Prêmio Paula Brito (1959); Prêmio Jabuti (1959 e 1970); Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil (1959); Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1959); Troféu Intelectual do Ano (1970); Prêmio Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro (1982); Prêmio Nestlé de Literatura, São Paulo (1982); Prêmio Brasília de Literatura — Conjunto de Obras (1982); Prêmio Moinho Santista de Literatura (1984); prêmio BNB de Literatura (1985).

Recebeu também diversos títulos honoríficos, nacionais e estrangeiros, entre os quais: Comendador da Ordem Andrés Bello, Venezuela (1977); Commandeur de l'Ordre des Arts et des Lettres, da França (1979); Commandeur de la Légion d'Honneur (1984); Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (1980) e do Ceará (1981); Doutor Honoris Causa pela Universidade Degli Studi de Bari, Itália (1980) e pela Universidade de Lumière Lyon II, França (1987). Grão Mestre da Ordem do Rio Branco (1985) e Comendador da Ordem do Congresso Nacional, Brasília (1986).


OUTRAS ATIVIDADES

Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia. Obá do Axê do Opó Afonjá, na Bahia, onde viveu, cercado de carinho e admiração de todas as classes sociais e intelectuais.

Exerceu atividades jornalísticas desde bem jovem quando ingressou como repórter no Diário da Bahia (1927-29), época em que também escrevia na revista literária baiana A Luva. Depois, no Sul, atuou sempre na imprensa, tendo sido redator-chefe da revista carioca Dom Casmurro (1939) e colaborador, no exílio (1941-42), em periódicos portenhos — La Crítica, Sud e outros. Retornando à pátria, redigiu a seção "Hora da Guerra", no jornal O Imparcial (1943-44), em Salvador, e, mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos após, participou, no Rio, da direção do semanário Para Todos (1956-58).

Estreou na literatura em 1930, com a publicação, por uma editora do Rio, da novela Lenita, escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Os seus livros, que ao longo de 36 anos (de 1941 a 1977) foram editados pela Livraria Martins Editora, de São Paulo, integraram a coleção Obras Ilustradas de Jorge Amado. Atualmente, as obras de Jorge Amado são editadas pela Distribuidora Record, do Rio. Publicados em 52 países, seus livros foram traduzidos para 48 idiomas e dialetos, a saber: albanês, alemão, árabe, armênio, azerbaijano, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebreu, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedônio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo (também três em braile), sérvio, sueco, tailandês, tcheco, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita.

Teve livros adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão, bem como para histórias em quadrinhos, não só no Brasil mas também em Portugal, na França, na Argentina, na Suécia, na Alemanha, na Polônia, na Tcheco-Eslováquia, na Itália e nos Estados Unidos.


Algumas obras que ele escreveu

O país do carnaval, romance (1931); Cacau, romance (1933); Suor, romance (1934); Jubiabá, romance (1935); Mar morto, romance (1936); Capitães de areia, romance (1937); A estrada do mar, poesia (1938); ABC de Castro Alves, biografia (1941); O cavaleiro da esperança, biografia (1942); Terras do sem fim, romance (1943); São Jorge dos Ilhéus, romance (1944); Bahia de Todos os Santos, guia (1945); Seara vermelha, romance (1946); O amor do soldado, teatro (1947); O mundo da paz, viagens (1951); Os subterrâneos da liberdade, romance (1954); Gabriela, cravo e canela, romance (1958); A morte e a morte de Quincas Berro d'Água, romance (1961); Os velhos marinheiros ou o Capitão de longo curso, romance (1961); Os pastores da noite, romance (1964); Dona Flor e seus dois maridos, romance (1966); Tenda dos milagres, romance (1969); Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972); O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta (1976); Tieta do Agreste, romance (1977); Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979); Do recente milagre dos pássaros, conto (1979); O menino grapiúna, memórias (1982); A bola e o goleiro, literatura infantil (1984); Tocaia grande, romance (1984); O sumiço da santa, romance (1988); Navegação de cabotagem, memórias (1992).