quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Biografia de Jorge Amado- Marlon Gonçalves

Jorge Amado
(Escritor brasileiro)
10-8-1912, Itabuna (BA)
6-8-2001, Salvador (BA)

Depois de surpreender a crítica e o público com o romance O País do Carnaval, escrito quando tinha apenas 19 anos, Jorge Amado tornou-se um dos principais representantes do romance nordestino e o autor brasileiro com o maior número de livros vendidos no país e no exterior. Suas obras foram publicadas em 52 países e traduzidas para 48 idiomas e dialetos.
Nascido na Fazenda Auricídia, em Ferradas – atual Itabuna (BA) –, mudou-se com a família para a região cacauzeira de Ilhéus com apenas um ano de idade. Com apenas 15 anos, já em Salvador, começou a trabalhar como repórter policial do Diário da Bahia. Formou-se no Rio de Janeiro em Direito – profissão que jamais exerceu –, ao mesmo tempo que participava ativamente da luta política. Detido de 1936 a 1937 durante o Estado Novo (1937-1945), foi eleito deputado federal constituinte em 1945 pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), mas perdeu o mandato em 1947, depois que o partido foi colocado na ilegalidade. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941-1942), em Paris (1948-1950) e em Praga (1951-1952). No exterior escreveu Os subterrâneos da liberdade, romance em três volumes, no qual dissecava o Estado Novo e denunciava a perseguição política, a tortura e as prisões. Em 1952 seus livros foram proibidos nos Estados Unidos. E, em 1956, discordando dos rumos do comunismo na União Soviética, desfiliou-se do Partido Comunista.
Seus romances percorrem duas fases, delimitadas por Gabriela, Cravo e Canela, publicado em 1958. A primeira é influenciada pelo lirismo e forte atuação política, concentrando-se no sofrimento de trabalhadores nas plantações de cacau em Ilhéus e em pescadores, camponeses e marginais. Nessa fase escreveu Cacau (1933), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar Morto (1936), Capitães de Areia (1937), Terras do Sem Fim (1943), São Jorge dos Ilhéus (1944), Seara Vermelha (1946) e Os Subterrâneos da Liberdade (1954). Abdicando da crítica social violenta e optando por um estilo mais jovial e irônico, os romances da segunda fase aproximam-se das alegrias das classes médias de Bahia, revelando personagens malandros e bufões. É aqui que Jorge Amado produz uma sucessão de livros aclamados mundialmente e transformados em novelas para a televisão e em filmes, como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966), Tenda dos Milagres (1969), Tieta do Agreste (1977) e Tocaia Grande (1984).
Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1961, recebeu, em março de 1998, o título de doutor honoris causa na Sorbonne, em Paris. Nos últimos anos, por causa dos problemas cardíacos, o escritor recolheu-se à sua casa em Salvador, no tradicional bairro do Rio Vermelho. Desde 1996 usava um marcapasso.



obras de Jorge Amado


# O cavaleiro da esperança, biografia (1942)
# Terras do Sem-Fim, romance (1943)
# São Jorge dos Ilhéus, romance (1944)
# Bahia de Todos os Santos, guia (1945),(Tradução francesa:"Bahia de tous les saints"),Gallimard,Paris,1979
# Seara vermelha, romance (1946)
# O amor do soldado, teatro (1947)
# O mundo da paz, viagens (1951)
# Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
# Gabriela, cravo e canela, romance (1958)

história de Jorge Amado- Aluno; Diogo Maestrini

Jorge Leal Amado de Faria foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.

Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.

Amado foi superado, em número de vendas, apenas por Paulo Coelho mas, em seu estilo - o romance ficcional -, não há paralelo no Brasil. Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões, o Nobel da língua portuguesa.
Existem dúvidas sobre o exato local de nascimento de Jorge Amado. Alguns biógrafos indicam que o seu nascimento se deu na Fazenda Auricídia, à época município de Ilhéus. Mais tarde as terras da fazenda Auricídia ficaram no atual município de Itajuípe, com a emancipação do distrito ilheense de Pirangy. Entretanto, é certo que Jorge Amado foi registrado no povoado de Ferradas, pertencente a Itabuna.

No ano seguinte ao de seu nascimento, uma praga de varíola obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances. Foi para o Rio de Janeiro, então capital da república, para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro . Durante a década de 1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado.


Foi jornalista, e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista, como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim para a divulgação deste aspecto do mesmo. Suas obras são umas das mais significativas da moderna ficção brasileira, com 49 livros, propondo uma literatura voltada para as raízes nacionais. Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro , o que lhe rendeu fortes pressões políticas. Era casado com Zélia Gattai, também escritora, que o sucedeu na Academia Brasileira de Letras. Com ela teve três filhos: João Jorge, sociólogo, Paloma, e Eulália. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos seus livros. Na década de 1990, porém, viveu forte tensão e expectativa de um grande baque nas economias pessoais, com a falência do Banco Econômico, onde tinha suas economias. Não chegou porém a perder suas economias, já que o banco acabou socorrido pelo Proer, controvertido programa governamental de auxílio a instituições financeiras em dificuldades. O drama pessoal de Jorge Amado chegou a ser utilizado pelo lobby que defendia a intervenção no banco, para garantir os ativos dos seus correntistas.



Premiações

Recebeu no estrangeiro os seguintes prêmios: Prêmio Lênin da Paz (Moscou, 1951); Prêmio de Latinidade (Paris, 1971); Prêmio do Instituto Ítalo-Latino-Americano (Roma, 1976); Prêmio Risit d'Aur (Udine, Itália, 1984); Prêmio Moinho, Itália (1984); Prêmio Dimitrof de Literatura, Sofia — Bulgária (1986; Prêmio Pablo Neruda, Associação de Escritores Soviéticos, Moscou (1989); Prêmio Mundial Cino Del Duca da Fundação Simone e Cino Del Duca (1990); e Prêmio Camões (1995).

No Brasil: Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959); Prêmio Graça Aranha (1959); Prêmio Paula Brito (1959); Prêmio Jabuti (1959 e 1995); Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil (1959); Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1959); Troféu Intelectual do Ano (1970); Prêmio Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro (1982); Prêmio Nestlé de Literatura, São Paulo (1982); Prêmio Brasília de Literatura — Conjunto de obras (1982); Prêmio Moinho Santista de Literatura (1984); Prêmio BNB de Literatura (1985)..



Obras do autor

* O País do Carnaval, romance (1930)
* Cacau, romance (1933)
* Suor, romance (1934)
* Jubiabá, romance (1935)
* Mar morto, romance (1936)
* Capitães da areia, romance (1937)
* A estrada do mar, poesia (1938)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

História sobre Jorge Amado - Aluno: Carlos Antonio

Jorge Amado, jornalista, romancista e memorialista, nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, Itabuna, BA. Eleito em 6 de abril de 1961 para a Cadeira n. 23, na sucessão de Otávio Mangabeira, foi recebido em 17 de julho de 1961 pelo acadêmico R. Magalhães Júnior.

Filho do Cel. João Amado de Faria e de D. Eulália Leal Amado. Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância e aprendeu as primeiras letras. Cursou o secundário no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador — cidade que costuma chamar Bahia — onde viveu, livre e misturado com o povo, os anos da adolescência, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fundamentalmente sua obra de romancista. Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito, pela qual é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (1935), não tendo, no entanto, jamais exercido a advocacia.


PRÊMIOS

No Brasil: Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959); Prêmio Graça Aranha (1959); Prêmio Paula Brito (1959); Prêmio Jabuti (1959 e 1970); Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil (1959); Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1959); Troféu Intelectual do Ano (1970); Prêmio Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro (1982); Prêmio Nestlé de Literatura, São Paulo (1982); Prêmio Brasília de Literatura — Conjunto de Obras (1982); Prêmio Moinho Santista de Literatura (1984); prêmio BNB de Literatura (1985).

Recebeu também diversos títulos honoríficos, nacionais e estrangeiros, entre os quais: Comendador da Ordem Andrés Bello, Venezuela (1977); Commandeur de l'Ordre des Arts et des Lettres, da França (1979); Commandeur de la Légion d'Honneur (1984); Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (1980) e do Ceará (1981); Doutor Honoris Causa pela Universidade Degli Studi de Bari, Itália (1980) e pela Universidade de Lumière Lyon II, França (1987). Grão Mestre da Ordem do Rio Branco (1985) e Comendador da Ordem do Congresso Nacional, Brasília (1986).


OUTRAS ATIVIDADES

Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia. Obá do Axê do Opó Afonjá, na Bahia, onde viveu, cercado de carinho e admiração de todas as classes sociais e intelectuais.

Exerceu atividades jornalísticas desde bem jovem quando ingressou como repórter no Diário da Bahia (1927-29), época em que também escrevia na revista literária baiana A Luva. Depois, no Sul, atuou sempre na imprensa, tendo sido redator-chefe da revista carioca Dom Casmurro (1939) e colaborador, no exílio (1941-42), em periódicos portenhos — La Crítica, Sud e outros. Retornando à pátria, redigiu a seção "Hora da Guerra", no jornal O Imparcial (1943-44), em Salvador, e, mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos após, participou, no Rio, da direção do semanário Para Todos (1956-58).

Estreou na literatura em 1930, com a publicação, por uma editora do Rio, da novela Lenita, escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Os seus livros, que ao longo de 36 anos (de 1941 a 1977) foram editados pela Livraria Martins Editora, de São Paulo, integraram a coleção Obras Ilustradas de Jorge Amado. Atualmente, as obras de Jorge Amado são editadas pela Distribuidora Record, do Rio. Publicados em 52 países, seus livros foram traduzidos para 48 idiomas e dialetos, a saber: albanês, alemão, árabe, armênio, azerbaijano, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebreu, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedônio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo (também três em braile), sérvio, sueco, tailandês, tcheco, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita.

Teve livros adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão, bem como para histórias em quadrinhos, não só no Brasil mas também em Portugal, na França, na Argentina, na Suécia, na Alemanha, na Polônia, na Tcheco-Eslováquia, na Itália e nos Estados Unidos.


Algumas obras que ele escreveu

O país do carnaval, romance (1931); Cacau, romance (1933); Suor, romance (1934); Jubiabá, romance (1935); Mar morto, romance (1936); Capitães de areia, romance (1937); A estrada do mar, poesia (1938); ABC de Castro Alves, biografia (1941); O cavaleiro da esperança, biografia (1942); Terras do sem fim, romance (1943); São Jorge dos Ilhéus, romance (1944); Bahia de Todos os Santos, guia (1945); Seara vermelha, romance (1946); O amor do soldado, teatro (1947); O mundo da paz, viagens (1951); Os subterrâneos da liberdade, romance (1954); Gabriela, cravo e canela, romance (1958); A morte e a morte de Quincas Berro d'Água, romance (1961); Os velhos marinheiros ou o Capitão de longo curso, romance (1961); Os pastores da noite, romance (1964); Dona Flor e seus dois maridos, romance (1966); Tenda dos milagres, romance (1969); Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972); O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta (1976); Tieta do Agreste, romance (1977); Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979); Do recente milagre dos pássaros, conto (1979); O menino grapiúna, memórias (1982); A bola e o goleiro, literatura infantil (1984); Tocaia grande, romance (1984); O sumiço da santa, romance (1988); Navegação de cabotagem, memórias (1992).

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Capítulo XI – A velha Ceiuci -Marlon Gonçalves

Capítulo XI – A velha Ceiuci

Depois de ter passado a noite brincando com a patroa da pensão, Macunaíma falou pros seus irmãos Maanape e Jiguê que tinha achado “rasto fresco de tapir”, em pleno asfalto paulistano, junto à Bolsa de Mercadorias. Induziu seus irmãos a caçarem o animal e estes quase acabam sendo linchados pela multidão que se aglomerou pra assistir à caçada. Um estudante subiu na capota de um automóvel e discursou contra Maanape e Jiguê. Foi interrompido por Macunaíma que, tomado por um efêmero acesso de fraternidade, resolveu defender os irmãos entrando no meio da multidão e distribuindo rasteiras e cabeçadas até ser preso por um “grilo”, soldado da antiga guarda-civil de São Paulo. No meio da confusão, o herói conseguiu fugir e foi ver como passava o gigante Venceslau Pietro Pietra, ainda “convalescendo da sova apanhada na macumba”. Faz uma aposta com o curumi Chuvisco pra ver quem conseguia assustar o gigante e sua família. Perde a aposta e resolve fazer uma pescaria. Como não tivesse anzol, o herói se transforma numa “piranha feroz” pra cortar a linha de um inglês que pescava a seu lado. Acontece que a velha feiticeira Ceiuci, mulher do gigante, também costumava pescar no igarapé Tietê e prende o herói. Ao ser pescado pela tarrafa da feiticeira, Macunaíma vira um pato que devia ser logo comido. Além de brincar com a filha mais moça de Ceiuci, ludibria-a e foge, montado “num cavalo castanho-pedrez que pra carreira Deus o fez”. É uma fuga espetacularmente surrealista: num momento está em Manaus e noutro em Mendoza, na Argentina.

Capítulo XVI - Uraricoera-Diogo Maistrini

Capítulo XVI - Uraricoera

Finalmente, chega ao Uraricoera natal e, ao passar por um lugar chamado Pai da Tocandeira, reconhece suas raízes e chora: a maloca da tribo era agora uma tapera arruinada. Uma sombra leprosa devora seus irmãos e a princesa, e o herói fica “defunto sem choro, no abandono completo”, empaludado e sem forças para construir uma oca. Ata sua rede em dois cajueiros no alto da barranca junto do rio e assim passa seus dias “caceteado e comendo cajus”. Todas as aves também o abandonam, ficando somente um papagaio pra quem o herói conta todos os casos que lhe tinham acontecido. Graças a este papagaio é que se salvou do esquecimento a história do herói, parido por uma índia tapanhumas.

Capítulo I - Macunaíma - Ricardo Moscoso

Capítulo I - Macunaíma

Macunaíma, “herói de nossa gente” nasceu à margem do Uraricoera, em plena floresta amazônica. Descendia da tribo dos Tapanhumas e, desde a primeira infância, revelava-se como um sujeito “preguiçoso”. Ainda menino, busca prazeres amorosos com Sofará, mulher de seu irmão Jiguê, que só lhe havia dado pra comer as tripas de uma anta, caçada por Macunaíma numa armadilha esperta. Nas várias transas (“brincadeiras”) com Sofará, Macunaíma transforma-se num príncipe lindo, iniciando um processo constante de metamorfoses que irão ocorrer ao longo da narrativa: índio negro, vira branco, inseto, peixe e até mesmo um pato, dependendo das circunstâncias.







Capítulo XVII – Ursa maior - Carlos Antonio

Capítulo XVII – Ursa maior

Num dia de janeiro de muito calor, o herói acorda sentindo umas “cosquinhas”, que até lhe parecem feitas “por mãos de moça”. Era a última vingança de Vei, a Sol, tramando para liquidá-lo de vez. Macunaíma lembra-se de que há muito não brincava e vai tomar banho num lagoão, pensando que a água fria viria amortecer seus desejos de amor. O herói, encaminhando-se para a água, enxerga lá no fundo “uma cunhã lindíssima”, ora branca de cabelos louros, ora morena de cabelos negros, que começa a tentá-lo com danças e meneios. Macunaíma hesita, temeroso, mas acaba mergulhando na lagoa, desvairado pelos encantos irresistíveis da uiara. Esta o mutila, devorando-lhe uma perna, os brincos, os cocos-da-baía, as orelhas, os dedões, o nariz e os beiços. Desaparece também com sua muiraquitã: o herói pula e dá “um grito que encurtou o tamanho do dia”. Tem ainda força para lançar plantas venenosas no lagoão, matando peixes, piranhas e botos que lá estavam. No afã de recuperar seus tesouros, Macunaíma abre-lhe as barrigas e o que encontra reprega no corpo mutilado, com sapé e cola de peixe. Não consegue, todavia, reconquistar a perna nem a muiraquitã, “engolidas pelo monstro Ururau”. E assim tudo se acaba. Macunaíma, mutilado, vai bater na casa do Pai Mutum, que, com dó dele, faz uma feitiçaria e transforma-o na constelação da Ursa Maior. “Ia pro céu viver com a marvada. Ia ser o brilho bonito mas inútil porém de mais uma constelação.” Neste balanço que Macunaíma faz de sua existência, ele dialoga com sua consciência e deixa sua mensagem para a posteridade: “Não vim no mundo para ser pedra”. A pedra simboliza disciplina rígida, método, lapidação de caráter, traços que Macunaíma, a própria encarnação da esperteza e da improvisação, nunca quis assumir.





quinta-feira, 6 de maio de 2010

trabaho de literátura

O Dono do Mundo


O antiético cirurgião plástico Felipe Barreto (Antônio Fagundes), casado por interesse com Stella, filha do rico empresário Herculano Maciel, sente uma forte atração por Márcia (Malu Mader), uma professora tímida, noiva de Walter, um funcionário de sua clínica. Essa fascinação aumenta quando ele descobre que a garota é virgem. Durante o casamento de Márcia, Felipe aposta uma caixa de champanhe com o amigo Júlio, dizendo que vai levar a moça para a cama antes do noivo. Depois de Felipe vencer o acordo, a vida de sua vítima desaba: Walter descobre a traição e se mata. Com isso Márcia passa a sofrer inúmeras dificuldades. Começa então a dedicar-se somente a se vingar de Felipe. Por amor, ele se transforma num médico bom e desprendido, dando plantões em bairros suburbanos e, com tudo isso, ela acaba se apaixonando por seu algoz. Ao mesmo tempo vemos o drama de Thaís, vizinha de Márcia, moça simples que, para ascender na vida, decide se prostituir, contando para isso com a ajuda de Olga Portela, uma sofisticada cafetina, mulher que sabe os segredos do passado de Felipe e de sua família.

Marlon Gonçalves

Sou Marlon Gonçalves, sou aluno da 3001, sou músico,
sou professor de música,estudo bastante sou esforçado,
meus planos profissionais para o futuro é, ser militar,
sargento músico da marinha, e para isso estou estudando
bastante sou evangélico minha igreja é Assembléia de Deus
em mutua moro no bairro de São Miguel e é isso.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eu sou Diogo Maestrini,representando o colegio Walter Orlandine,sou do terceiro ano da turma 3001 meu grupo i eu fizemos esse blog para aprender mais e busca novos conhecimentos da literatura brasileira,venho estudando bastante para consegui consquista minha metas e ser uma grande pessoa no futuro.

quinta-feira, 29 de abril de 2010


Sou Ricardo Patrinhani Moscoso e estou aqui pra mi apresenta,estudo no Colegio Walter Orlandine,estou no terceiro ano sou da turma 3001,venho mi esforçando esse ano pra conquista minha metas,e ki esse ano eu possa vencer,com muita garra e determinaçao possa vencer os desafios e mi torna um vencedor valeu, um abraço pra todos. xD

Resenha do livro Os Sertões


Este livro é dividido em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. A Terra é uma descrição detalhada feita pelo cientista Euclides da Cunha, mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas, a terra, enfim. O Homem é uma descrição feita pelo sociólogo e antropólogo Euclides da Cunha, que mostra o habitante do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos. Apresenta se caráter, seu passado e relatos de como era a vida e os costumes de Canudos, como relatados por visitantes e habitantes capturados.

Estas duas partes são essencialmente descritivas, pois na verdade "armam o palco" e "introduzem os personagens" para a verdadeira história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte, A Luta. A Luta é uma descrição feita pelo jornalista e ser humano Euclides da Cunha, relatando as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra.

Retratando minuciosamente movimento de tropas, o autor constantemente se prende à individualidade das ações e mostra casos isolados marcantes que demonstram bem o absurdo de um massacre que começou por um motivo tolo - Antônio Conselheiro reclamando um estoque de madeira não entregue - escalou para um conflito onde havia paranóia nacional pois suspeitava-se que os "monarquistas" de Canudos, liderados pelo "famigerado e bárbaro Bom Jesus Conselheiro" tinham apoio externo. No final, foi apenas um massacre violento onde estavam todos errados e o lado mais fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores - um velho, dois adultos e uma criança.








Apresentação do aluno Carlos Antonio


Estou aqui para me apresentar meu nome é Carlos Antonio e sou aluno do terceiro ano no colegio walter orlandi e da turma 3001 pretendo terminar esse ano. Eu sou um menino que se esforço muito para atingir o ponto mas alto do mundo.

O Cemitério dos Vivos

O Cemitério dos Vivos -

Lima Barreto

Do mesmo modo que o Diário íntimo, os originais de O cemitério dos vivos estão na Seção de Manuscritos da Biblioteca Nacional, onde deram entrada por volta de 1949. Compõem-se de folhas de papel almaço, tiras e folhas sem pauta, escritas à tinta e a lápis. Organizados por Francisco Assis Barbosa, foram publicados em 1956 pela Editora Brasiliense na coleção de obras completas do escritor. Foi nesta edição que baseamos nosso texto. Em caso de dúvida, recorremos à edição de 1993, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (Biblioteca Carioca), organizada por Ana Lúcia Machado de Oliveira e Rosa Maria de Carvalho Geno, intitulada Diário do hospício. Ao contrário de Diário íntimo, composto de observações pessoais que não visavam à publicação, aqui encontramos anotações para um romance que nunca foi terminado, mas cujo primeiro capítulo chegou a ser publicado na revista Souza Cruz em janeiro de 1921, quase dois anos antes da morte do autor (dezembro de 1922). A Biblioteca Virtual apresenta os cinco capítulos existentes, precedidos pelas anotações, possibilitando assim ao pesquisador e ao curioso tomar contato com o método de trabalho de Lima Barreto, tido como desorganizado, mas, na verdade, bastante metódico. O cemitério dos vivos passa-se em grande parte nas dependências do Hospício Nacional de Alienados, na Urca. Narra as desventuras de Vicente Mascarenhas, funcionário público frustrado, cuja vida infeliz conduz à depressão, ao alcoolismo e, finalmente, ao internamento. É confessadamente inspirado em Recordações da casa dos mortos, de Dostoievsky, mas, como tudo no nosso autor, bastante autobiográfico. Lima Barreto foi internado duas vezes no manicômio, em ambas por alcoolismo crônico, com delírios e alucinações. A primeira, em 1914, não diz respeito ao livro. Foi na segunda (de 25 de dezembro de 1919 a 2 de fevereiro de 1920) que resolveu registrar suas experiências. A primeira anotação é datada de 4 de janeiro, a última de 27 do mesmo mês. Numa entrevista ao jornal A Folha, de 31 de janeiro, intitulada "Lima Barreto no Hospício", declarou : "Leia O cemitério dos vivos. Nessas páginas contarei com fartura de pormenores as cenas mais jocosas e as mais dolorosas que se passam dentro dessas paredes inexpugnáveis. Tenho visto coisas interessantíssimas. Agora só falta escrever, meter em forma as observações reunidas. Esse trabalho pretendo encetar logo que saia daqui, porque aqui não tenho as comodidades que são de desejar para a feitura de uma obra dessa natureza." Infelizmente o romance não foi terminado, pois alguns de seus trechos estão entre as melhores páginas que o autor produziu.

Clara dos Anjos

Clara dos Anjos

Passado no subúrbio do Rio de Janeiro, Clara dos Anjos conta sobre a jovem e ingênua mulata Clara, filha do carteiro Joaquim dos Anjos, que é seduzida pelo malandro Cassi Jones. Cassi é um jovem branco, ignorante e torpe, que usa este sobrenome porque, supostamente, descende de um nobre inglês. Seu pai não fala mais com ele após suas diversas aventuras que desonraram várias donzelas e acabaram com vários casamentos (a mãe de uma das vítimas se suicidou; o marido que ela arranjou depois distribui anonimamente um dossiê sobre Cassi pelo RJ). Cassi toma Clara como seu próximo alvo e vai tentando se aproximar dela.

Começa pela festa de aniversário desta e vai seguindo, apesar dos pais dela não deixarem e do padrinho dela e tantos outros falarem sobre ele. Clara não acredita e continua curiosa sobre Cassi. Cassi passa a usar um velho, "dentista", que tratava de Clara; ele manda as cartas de um e outro. Depois de um tempo Cassi parte para São Paulo para um possível emprego; Clara está grávida. Após pensar em abort, Clara revela a verdade à mãe, que vai falar à família de Cassi. Lá ela é tratada como só "mais uma mulatinha" e percebe a verdade total. Pontilhado com referências sobre o preconceito racial (um dos personagens é poeta Leonardo Flores; mulato e talentoso, fica pobre pois foi explorado), este foi o primeiro romance de Lima Barreto mais um dos últimos a ser publicado. Todos os personagens são tipicamente suburbanos e o vocabulário já transpira a coloquialidade como é característico ao autor.

Os Bruzundangas

Os Bruzundangas
(LIMA BARRETO)

Os Bruzundangas é um romance de Lima Barreto, escritor pré-moderno que fala da Bruzundanga é um país de ficção, localizado nas zonas tropical e subtropical, é um lugar muito parecido com o Brasil, onde se encontra, elites pouco cultas dominando e explorando o povo. Desta forma, o narrador que é um brasileiro que morou uns tempos nesse país, vai fazendo de forma satirizada uma crítica a todas as organizações institucionais e algumas pessoas desse país.
Logo no início da obra, o narrador faz referência à arte de furtar, seguindo sua narrativa crítica contra os samoiedas que é uma escola literária do país que só valoriza o cânone literário, deixando de lado a literatura oral e copiando hábitos e comportamentos de outros lugares que nada se enquadram com o país, como ocorria com a literatura brasileira da época.
Neste país, as pessoas valorizam muito os títulos de nobreza, que está dividida em dois grupos: os doutorais e os palpites, assim chamados porque todos querem ser doutores a qualquer preço, ainda que seja através do palpite de ter sido nobre, para dessa forma poderem usufruir das vantagens sociais que apenas esse grupo desfruta.
Na Bruzundanga, todos que exercem o poder se beneficiam dele de alguma forma e assim, segue o narrador estrangeiro fazendo a crítica a todas as instâncias sociais como a política; a economia confusa que destrói a riqueza do país, que é dominada pelos cafeeiros da província de Kaphet.
Critica a legislação, a Constituição, baseada na de um país visitado por Gulliver, tem uma lei que diz que se a lei não for conveniente à situação ela não é válida, os presidentes, que são chamados de Mandachuvas, assim como os ministros, os heróis e os deputados; também critica o processo democrático que é corrupto; a ciência através da medicina; o exército e a política internacional.
Percebe-se na obra, as semelhanças com o Brasil do passado e ainda mais agravado nos dias atuais.

terça-feira, 9 de março de 2010

O que é literatura?

Assim como a música, a pintura e a dança, a Literatura é considerada uma arte. Através dela temos contato com um conjunto de experiências vividas pelo homem sem que seja preciso vivê-las.

A Literatura é um instrumento de comunicação, pois transmite os conhecimentos e a cultura de uma comunidade. O texto literário nos permite identificar as marcas do momento em que foi escrito.

As obras literárias nos ajudam a compreender nós mesmos, as mudanças do comportamento do homem ao longo dos séculos, e a partir dos exemplos, refletir sobre nós mesmos.

O texto literário apresenta:

-Ficcionalidade: os textos não fazem, necessariamente, parte da realidade.

- Função estética: o artista procura representar a realidade a partir da sua visão.

- Plurissignificação: nos textos literários as palavras assumem diferentes significados.

- Subjetividade: expressão pessoal de experiências, emoções e sentimentos.

As obras literárias são divididas em escolas literárias, pois cada obra apresenta um estilo de época, ou seja, um conjunto de características formais e de seleção de conteúdo evidente na obra de escritores e poetas que viveram em um mesmo momento.

As escolas literárias são:

- Trovadorismo
- Classicismo
- Barroco
- Arcadismo
- Romantismo
- Realismo / Naturalismo
- Simbolismo
- Modernismo

Há um momento de transição entre o Trovadorismo e o Classicismo conhecido como Humanismo, muitos críticos literários afirmam que ainda exista um estilo de época denominado Pós-Modernismo.
Literatura barroca

O período Barroco, sucedeu o Renascimento, do final do século XVI ao final do século XVII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas européias e latino-americanas.

Iniciado pelo maneirismo e extinto no rococó, considerado um barroco exagerado e exuberante, e para alguns, a decadência do movimento.

Em sua estética, o barroco revela a busca da novidade e da surpresa; o gosto pela dificuldade, pregando a idéia de que se nada é estável tudo deve ser decifrado; a tendência ao artifício e ao engenho; a noção de que no inacabado reside o ideal supremo de uma obra artística. A literatura barroca se caracteriza pelo uso da linguagem dramática expressa no exagero de figuras de linguagem, de hipérboles, metáforas, anacolutos e antíteses.

[A origem do barroco]

Iniciado em 1580 com a morte de Luis Vaz de Camões e a União Ibérica, o barroco marca o início da decadência de Portugal, que vivia seu apogeu econômico e social. Em 1580, D. Sebastião (rei muito querido de Portugal) desaparece misteriosamente numa batalha na África e, desde então, Portugal nunca teve o mesmo prestígio de antes. Por causa disso, criou-se o mito do "sebastianismo" no qual acreditava-se que a felicidade de Portugal estava ligada a D. Sebastião. Após o desaparecimento do rei, o cardeal D. Henrique assume o reino de Portugal, porém, sendo ele cardeal, não tinha herdeiros e, por causa disso, o trono português passou para as mãos de Felipe II da Espanha, que anexou o reino português a seus domínios.

O marco inicial do Barroco brasileiro é o poema épico, Prosopopéia de Bento Teixeira (1601). Há dúvidas quanto à origem do poeta, estudos literários recentes afirmam que ele nasceu em Portugal, porém viveu grande parte de sua vida no Brasil, em Pernambuco. PROSOPOPÉIA é um poema épico com 94 estrofes, que exalta Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da capitania de Pernambuco.

Características

Em Portugal, o Barroco ou também chamado Seiscentismo (por ter sido estilo que teve início no final do século XVI), tem como marco inicial a Unificação da Península Ibérica sob o domínio espanhol em 1580 e se estenderá até por volta da primeira metade do século XVIII, quando ocorre a Fundação da Arcádia Lusitana, em 1756 e tem início o Arcadismo. O Barroco corresponde a um período de grande turbulência político-econômica, social, e principalmente religiosa. A incerteza e a crise tomam conta da vida portuguesa. Fatos importantes como: o término do Ciclo das Grandes Navegações, a Reforma Protestante, liderada por Lutero (na Alemanha) e Calvino (na França) e o Movimento Católico de Contra-Reforma,marcam o contexto histórico do período e colaboram com a criação do “Mito do Sebastianismo”, crença segundo a qual D.Sebastião, rei de Portugal (aquele a quem Camões dedicou Os Lusíadas), não havia morrido, em 1578, na Batalha de Alcácer Quibir, mas que estava apenas “encoberto” e que voltaria para transformar Portugal no Quinto Império de que falam as Escrituras Sagradas). D. João é visto como o novo messias, o novo salvador. Mas o que vem a ser a palavra Barroco? Não há um consenso quanto à sua origem. A mais aceita diz que o termo deriva da palavra Barróquia, nome de uma região da Índia, grande produtora de uma pérola de superfície irregular e áspera com manchas escuras, conhecida pelos portugueses como barroco. Aproximando-se assim do estilo, que segundo os clássicos era um estilo “irregular”, “defeituoso”, de “mau gosto”. Lembre-se de que a tradição clássica era marcada pela busca da perfeição e do equilíbrio. Vejamos quais são as principais características barrocas:Dualismo = O Barroco é a arte do conflito, do contraste. Reflete a intensificação do bifrontismo (o homem dividido entre a herança religiosa e mística medieval e o espírito humanista, racionalista do Renascimento). É a expressão do contraste entre as grandes forças reguladoras da existência humana: fé x razão; corpo x alma; Deus x Diabo; vida x morte, etc. Esse contraste será visível em toda a produção barroca, é freqüente o jogo, o contraste de imagens, de palavras e de conceitos. Mas o artista barroco não deseja apenas expor os contrários, ele quer conciliá-los, integrá-los. Daí ser freqüente o uso de figuras de linguagem que buscam essa unidade, essa fusão. Fugacidade = De acordo com a concepção barroca, no mundo tudo é passageiro e instável, as pessoas, as coisas mudam, o mundo muda. O autor barroco tem a consciência do caráter efêmero da existência. Pessimismo = Essa consciência da transitoriedade da vida conduz freqüentemente à idéia de morte, tida como a expressão máxima da fugacidade da vida. A incerteza da vida e o medo da morte fazem da arte barroca uma arte pessimista, marcada por um desencantamento com o próprio homem e com o mundo. Feísmo = No Barroco encontramos uma atração por cenas trágicas, por aspectos cruéis, dolorosos e grotescos. As imagens freqüentemente são deformadas pelo exagero de detalhes. Há nesse momento uma ruptura com a harmonia, com o equilíbrio e a sobriedade clássica. O barroco é a arte dos contrastes, do exagero.
Principais características
Tentativa de fundir duas características diferentes do pensamento europeu.
Culto exagerado da obra, sobrecarregando a poesia de figuras de linguagem (principalmente a antítese, o paradoxo e a gradação)
Dualismo:onde o poeta se sente dividido e confuso por causa do dualismo de idéias.
Culto do Contraste, conflito entre o bem e o mal, o Céu e Inferno, Deus e o Diabo, o material e o espiritual, o pecado e o perdão...
Pessimismo, que era acarretado pela confusão causada pelo dualismo.
Literatura moralista, já que era usada pelos padres jesuítas para pregar a fé e a religião.
Preocupação com a transitoriedade da vida: por ser curta a vida não permite que o homem a viva intensamente como seria seu desejo.
Presença de impressões sensoriais: usando seus sentidos o homem tenta captar todo o sentido da miséria humana ressaltando seus aspectos dolorosos e cruéis.
O barroco revela a busca da novidade e da surpresa , o gosto da dificuldade.
O barroco apesar de pautada em conflitos existenciais, reflete também as mudanças na sociedade da época.
O homem dividido entre o desejo de aproveitar a vida e o de garantir um lugar no céu.
Conflito existencial gerado pelo dilema do homem dividido entre o prazer pagão e a fé religiosa.
Antropocentrismo x Teocentrismo (homem X Deus, carne X espírito).
Detalhismo e rebuscamento- a extravagância e o exagero nos detalhes.
Contradição- é a arte do contraditório, onde é comum a idéia de opostos: bem X mal, pecado X perdão, homem X Deus.
Linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando muitos recursos estilísticos e figuras de linguagem e sintaxe, hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos, para melhor expressarem a comparação entre o prazer passageiro da vida e a vida eterna.
Regido por duas filosofias: Cultismo e Conceptismo.
Cultismo é o jogo de palavras, o uso culto da língua, predominando inversões sintáticas.
Conceptismo são os jogos de raciocínio e de retórica que visavam melhor explicar o conflito dos opostos.
[editar] Barroco Ibérico
O barroco ibérico (da península ibérica) diz que há dois modos de se conhecer a realidade:

Cultismo - descrição simples de objetos usando uma linguagem rebuscada, culta e extravagante, jogo de palavras, com uma influência visível do poeta espanhol Luís de Gôngora (aí o estilo ser chamado também de Gongorismo). Caracterizado também pelo abuso no emprego de figuras de linguagem como metáforas, antíteses, hipérboles, anáforas, etc.
Conceptismo - marcado pelo jogo de idéias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista e que utiliza uma retórica aprimorada. Os conceptistas pesquisavam a essência íntima dos objetos, buscando saber o que são, assim, a inteligência, lógica e raciocínio ocupam o lugar dos sentidos. Assim, é muito comum a presença de elementos da lógica formal como o silogismo e o sofisma.
O cultismo e o conceptismo são aspectos do Barroco que não se separam. Diz-se que o cultismo é predominante na poesia e o conceptismo na prosa.

Literatura do Brasil






Literatura do Brasil
A literatura brasileira, considerando seu desenvolvimento baseada na língua portuguesa, faz parte do espectro cultural lusófono, sendo um desdobramento da literatura em língua portuguesa. Ela surgiu a partir da atividade literária incentivada pelo Descobrimento do Brasil durante o Século XVI. Bastante ligada, de princípio, à literatura metropolitana, ela foi ganhando independência com o tempo, iniciando o processo durante o século XIX com os movimentos romântico e realista e atingido o ápice com a Semana de Arte Moderna em 1922, caracterizando-se pelo rompimento definitivo com as literaturas de outros países, formando-se, portanto, a partir do Modernismo e suas gerações as primeiras escolas de escritores verdadeiramente independentes. São dessa época nomes como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Cecília Meireles.
A literatura produzida no Brasil possui papel de destaque na esfera cultural do país: todos os principais jornais do país dedicam grande parte de seus cadernos culturais à análise e crítica literária, assim como o ensino da disciplina é obrigatório no Ensino Médio.

Prosa


O primeiro documento que pode ser chamado de Literatura Brasileira é a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel I de Portugal, em que o Brasil é descrito, em 1500. Nos próximos dois séculos, a literatura brasileira ficou resumida a descrições de viajantes e a textos religiosos. O neoclassicismo se expandiu no século XVIII na região das Minas Gerais.
Aproximadamente em 1836, o Romantismo afetou a Literatura Brasileira e nesse período, pela primeira vez, a literatura nacional tomou formas próprias, adquirindo características diferentes da literatura européia. O Romantismo brasileiro (possuindo uma temática indianista), teve como seu maior nome José de Alencar e exaltava as belezas naturais do Brasil e os indígenas brasileiros.

Após o Romantismo, o Realismo expandiu-se no país, principalmente pelas obras de Machado de Assis (fundador da Academia Brasileira de Letras). Entre 1895 e 1922, não houve estilos literários uniformes no Brasil, seguindo uma inércia mundial. A Semana da Arte de 1922 abriu novos caminhos para a literatura do país. Surgiram nomes como Oswald de Andrade e Jorge Amado. O século XX também assistiu ao surgimento de nomes como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, os chamados "romancistas instrumentalistas", elencados entre os maiores escritores brasileiros de todos os tempos.


O escritor Paulo Coelho.Atualmente, o escritor Paulo Coelho (membro da Academia Brasileira de Letras) é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando a liderança de vendas no país e recordes pelo mundo. Apesar de seu sucesso comercial, críticos diversos consideram que produz uma literatura meramente comercial e de fácil digestão, e chegam a apontar diversos erros de português em suas obras, principalmente em seus primeiros livros.

Outros autores contemporâneos são bem mais considerados pela crítica e possuem também sucesso comercial, como Ignácio de Loyolla Brandão, Rubem Fonseca e outros.



Poesia
A poesia brasileira, como toda a literatura nacional, também está dividida em vários movimentos literários.

O primeiro movimento é o Barroco, cujo principal poeta é Gregório de Matos, que chegaram aos dias atuais pela tradição oral, já que nunca publicou em vida. O marco inicial do barroco é o poema Prosopopéia, de Bento Teixeira, com estilo inspirado em Camões. Também dessa época é o primeiro livro impresso por um autor nascido no Brasil, Música do Parnaso, de Manuel Botelho de Oliveira.

A seguir, considera-se que inicia-se o arcadismo, que em Portugal tem em Bocage seu principal representante. No Brasil, poetas como Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, criador de Marília de Dirceu e Alvarenga Peixoto.


Álvares de AzevedoApós o arcadismo vem a fase romântica, com pelo menos três gerações, contando com poemas que evocam o patriotismo, como Canção do Exílio de Gonçalves Dias, da primeira geração. Na segunda geração, poetas como Álvares de Azevedo apresentam uma certa obsessão pela morte. Na terceira geração aparece Castro Alves, um dos mais conceituados poetas brasileiros de todos os tempos, autor de Navio Negreiro. Era a época dos escritores abolicionistas.

Segue-se uma época de formalismo extremo, o parnasianismo, cuja estrela máxima é certamente Olavo Bilac. Esse movimento viria a diminuir em muito a influência do simbolismo, de Cruz e Sousa e Gilka Machado, uma das raras presenças femininas na literatura brasileiras antes até o século XX.


Foto de Vinicius de Moraes, poeta brasileiro, tirada em 1970.O parnasianismo viria a ser fortemente combatido pelos modernistas, causando grande polêmica que resultaria em um racha na cultura nacional. Os modernistas pregavam a destruição da estética anterior e praticamente assumem a liderança do movimento cultural brasileiro com a Semana de Arte Moderna em 1922. São poetas como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, líderes do movimento, e Manuel Bandeira, que se juntaria mais tarde. É o modernismo que domina a cultura brasileira do século XX, passando por mais duas gerações com poetas como Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Jorge de Lima na segunda geração e Péricles Eugênio da Silva Ramos, Domingos Carvalho da Silva e Lêdo Ivo na terceira.

O modernismo acabou levando ao concretismo, com poetas como Ferreira Gullar e Haroldo de Campos.

A poesia contemporânea apresenta nomes como Patativa do Assaré, Ana Cristina César, Adélia Prado